Após 2 anos, viúva ainda cobra restos mortais de Amarildo
Por Tâmara Freire
Radioagência Nacional
Cadê o Amarildo? Há dois anos, essa pergunta permanece sem resposta. De acordo com a Polícia Civil, o auxiliar de pedreiro foi torturado e morto por policiais militares da UPP da Rocinha no dia 14 de julho de 2013, mas, apesar da repercussão mundial do caso, seus restos mortais até hoje não foram encontrados.
A esposa de Amarildo Elisabeth da Silva participou de um evento na Escola de Magistratura do Rio de Janeiro para marcar os dois anos do desaparecimento. Segundo ela, a morte de Amarildo é sentida diariamente, especialmente porque a família não pode enterrar o ajudante de pedreiro e ainda não viu seus assassinos serem condenados.
Vinte e cinco policiais militares foram denunciados por participação no crime, 17 deles por tortura e ocultação de cadáver, 13 por formação de quadrilha e quatro por fraude processual. Treze aguardam o julgamento na prisão, incluindo o então comandante da unidade, Major Edson Santos.
O caso ganhou um novo capítulo há algumas semanas, quando o Ministério Público passou a investigar também policiais do Bope, a tropa de elite da Polícia Militar, que teriam ajudado a ocultar o corpo de Amarildo. Para o advogado da família, João Tancredo, isso não seria uma surpresa, já que a presença de agentes do Bope na Rocinha, no dia do desaparecimento de Amarildo já era conhecida.
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, garantiu que a própria Polícia Militar investiga o envolvimento do Bope no caso.
O atual relações-públicas da Polícia Militar, Coronel Frederico Caldas, que já chefiou as unidades de polícia pacificadora, também deu declarações sobre os dois anos da morte de Amarildo. De acordo com ele, o caso abalou a confiança da população no projeto das UPPS. Mas o caso deve ser lembrado também pelo fato dos policiais acusados serem identificados e levados a julgamento.
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