Por Ibase
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No primeiro dia da Jornada de Lutas Contra a Rio 2016 – Os Jogos da Exclusão, o movimento Baía Viva, Fórum dos atingidos pela Indústria do Petróleo e Petroquímica nas cercanias da Baía de Guanabara (FAPP-BG), IbaseCasa Fluminense e Fundação Heinrich Böll Brasil promoveram a roda de conversa “Baía de Guanabara – Descaso e Resistência: a visão da sociedade civil”. O evento aconteceu esta manhã no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (Ifics), no centro do Rio de Janeiro. Na mesa, profissionais da área ambiental, pesquisadores, ativistas, integrantes de comunidades impactadas pela poluição na Baía e o jornalista Emanuel Alencar, que relançou ali seu livro “Baía de Guanabara – descaso e resistência”.
Durante o debate, alguns dados alarmantes sobre a Baía de Guanabara. Emanuel Alencar citou a falta de transparência na aplicação dos recursos públicos destinados à despoluição da Baía como uma as questões cruciais. Para ele falta transparência e, consequentemente, pressão popular:
– Cada real aplicado em saneamento na Baía representa menos R$ 4 gastos em saúde pública. É lamentável que o saneamento não seja prioritário. É lamentável que não tenhamos informações. Chegamos a 2016 como um cenário na Baía e seu entorno próprio do século XVIII – falou o jornalista, que fez uma pesquisa ampla sobre a questão da poluição da Baía.
A geógrafa Carla Ramôa Chaves, autora junto com o historiador, membro do movimento Baía Viva e ex-pesquisador do Ibase Carlos Bittencourt, do estudo “Águas turvas, informações opacas”, produzido pela Ong Artigo 19, destacou as principais ameaças à sobrevivência da Baía. Entre elas o aumento da quantidade de embarcações estacionadas, que não só poluem pelo vazamento de óleo, mas também impactam na vida dos botos cinzas por conta a poluição sonora que seus geradores produzem.
– Os botos morrem de fome, porque ficam atordoados com o barulho dos geradores das embarcações. A APA de Guapimiriam é o único local onde ainda conseguem se alimentar – contou Carla.
Em sua fala, o biólogo Breno Herrera fez uma observação importante voltada para os estudantes da área de Ciências Sociais do Ifics, que estavam presentes. Ele lembrou que a redução drástica dos pescadores artesanais na região é um indicador social importante se ser estudado.
Ao final das falas de cada um dos convidados, houve um debate com o público presente.
Veja aqui a programação dos Jogos da Exclusão.

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