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Um debate na contramão eleitoral

10 de agosto de 2014

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Rogério Daflon
Do Canal Ibase

Organizado pelo Fórum de Ciência e Cultura (FCC) e pelo Colégio Brasileiro de Autos Estudos (CBAE), o Ciclo de Debates “Brasil 2014: uma nação na encruzilhada da História – cuja programação está mais abaixo – tem como meta fazer um contraponto às discussões rasas que vêm, em algumas décadas, sendo apresentadas por políticos e partidos no período eleitoral. O momento é de aprofundar, apontar caminhos, corrigir rumos, e não de ouvir vozes dirigidas pelo marqueteiros de candidatos. À mesa, estarão militantes, acadêmicos e representantes do poder público dispostos ao diálogo crítico e sem concessões. Coordenador do FCC, o professor Carlos Vainer, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur), diz, nesta entrevista, por que considera vital trazer à tona as grandes questões nacionais.

Canal Ibase: Por que é hora de debater o país?

Carlos Vainer: Em junho de 2013, inaugurou-se um momento no cenário político e social brasileiro. Milhões de pessoas foram às ruas em cerca de 500 cidades. Esse tipo de manifestação não ocorre todo dia em todos os países do mundo. Momentos como esses são raros, em que massas tão expressivas de cidadãos vão às ruas manifestar sua insatisfação, suas frustrações, seus desejos e seus anseios. Se nós tomarmos a História do Brasil nos últimos cinquenta anos, eu diria que houve cinco momentos como esse: no período que antecedeu o golpe militar com a grande manifestação da Central do Brasil em 13 de março de 1964 e também as marchas da família da direita; a “Passeata dos cem mil”, em 1968, em que eu acredito que houvesse bem mais do que cem mil. Nós é que fomos tímidos ao estimar; a “Passeata das Diretas” em 1984; e, por fim, o movimento “Fora Collor”. Com as jornadas, pode-se dizer que, em 50 anos, a sociedade brasileira só foi sacudida apenas em cinco momentos por esse fenômeno extraordinário de grandes massas de população. manifestando-se nas ruas. Isso sinaliza alguma coisa.

Canal Ibase: O quê?

Carlos Vainer: Se analisarmos as experiências anteriores às jornadas, vamos nos dar conta de que que, de fato, elas sinalizaram momentos históricos de grande relevância à sociedade brasileira. Algumas delas foram seguidas de derrotas populares, como no golpe de 1964. As manifestações de 1968, apesar do seu grande impacto, obtiveram como resposta do sistema político-institucional o AI5 (Ato Institucional 5) e um aprofundamento com o golpe dentro do golpe do caráter mais perverso e autoritário da ditadura militar. Em 1984, a campanha das Diretas também foi derrotada com enormes consequências, na medida em que a derrota da luta das Diretas expressou na verdade a vitória de uma transição negociada com o sistema militar, com o aparato repressivo, E  com isso nós pagamos  um custo altíssimo, devido à permanência de uma série de elementos estruturantes daquele período de exceção na legislação e nas práticas políticas brasileiras. O Fora Collor foi o menos expressivo pelas questões que colocou em debate. Esse movimento, a partir de um certo momento,  foi apoiado pelo próprio Estado e pela grande mídia. Esses momentos marcam a história. E eles sinalizam uma grande insatisfação permeando múltiplos setores da sociedade. Quando há uma manifestação de cinco mil pessoas, pode-se dizer que ali há uma só razão. Quando são milhões de pessoas, há razões de todos os tipos. Nenhuma revolução acontece com uma única razão. Ela é uma convergência de vetores, fatores, dinâmicas, processos, grupos sociais. Acho inócua a discussão sobre quem estava lá. Se era classe média, se eram jovens…Claro que jovens se destacam nesses momentos de ação política. Havia jovens de classe média, das periferias, pobres que ingressaram nas universidades nos últimos anos em razão de uma certa abertura  democrática no ingresso ao nível superior.

Canal Ibase: Qual a sua análise das jornadas?

Carlos Vainer: O que nos deixa estupefato, perplexo e ao mesmo tempo preocupado é relacionado à incapacidade do sistema político e das elites de não só de atender  as questões colocadas nas manifestações mas também de entender. Há uma espécie de miopia dos dominantes que os impede de ver o que se passa. Eu chamo isso de autismo dos dominantes, que acreditam na sua própria retórica acerca da sociedade que dominam. Eles acreditavam que tudo ia bem no melhor dos mundos, porque acreditavam na própria propaganda. Há toda a construção de uma mitologia sobre uma realidade brasileira com base em alguns questionáveis indicadores econômicos, somada a uma metodologia estatística. Criou-se uma estatística do otimismo, que não revela as profundas contradições por que passa a sociedade. Mas quem vem acompanhando o que se passa no tecido social  percebia uma enorme tensão, nas periferias, nas favelas do Rio de Janeiro, uma revolta profunda  contra a brutalidade e a perversidade das ações policiais. Há ainda uma mentira organizada projetada nas novelas da Rede Globo e no noticiário da grande imprensa. Esse mundo fantástico que não ressalta a vida das pessoas. E, por fim, a falta de perspectiva que o sistema oferece à juventude. Todo esse caldo teve um deflagrador.

Canal Ibase: Isso somado aos megaeventos e ao preço abusivo do transportes…

Carlos Vainer: Eu costumo lembrar um texto de 1930 de Mão Tse Tung, cujo título é: “Uma fagulha pode incendiar uma pradaria”. A fagulha não explica o fogo. O que explica fogo são as condições em que se encontra a pradaria. O preço do transporte foi a fagulha. A pradaria  é essa enorme insatisfação do tecido social, demonstrando uma precariedade no processo de democratização após mais de 30 anos do fim do regime militar. Os megaeventos foram outros vetores importantes com seus gastos absurdos, levando o país a se subordinar a entidades privadas como a Fifa e o COI. Esse contexto, a meu ver, inaugura uma situação. Ficou claro que há parcelas expressivas da sociedade brasileira descontentes com o  que o sistema atual oferece do ponto de vista político, econômico e social. Há um sentimento de que poderia oferecer muito mais. Essas multidões imensas ainda acham que pode haver diálogo com esse sistema. Mas os partidos políticos, ultrapassados, junto com sindicatos e ONGs, mostram uma enorme incapacidade de expressar a realidade social e política.

Canal Ibase: Como esse ciclo de debates pretende abordar esses temas?

Carlos Vainer: Eu costumo citar uma frase do Bourdieu: “Aqueles com o poder não têm interesse em mudanças, não importa que digam ao contrário, e aqueles que querem mudanças não têm os meios para impô-las”. Isso vai ficar claro com o processo eleitoral. Há indicadores e sinais que sugerem que o processo eleitoral reproduzirá as práticas mais perversas, alianças sem referência programática, debates  submetidos à lógica dos marqueteiros. A universidade tem um papel a cumprir no processo social no sentido de mostrar que é possível fazer um debate de outra natureza das questões nacionais. Para isso, convocamos intelectuais e forças políticas com as quais é possível dialogar, já que não é possível estabelecer um diálogo  com setores comprometidos com os grandes negócios ou com fundamentalistas religiosos.

A programação: cart

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