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Protestos desafiam política convencional

25 de junho de 2013

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Augusto Gazir
de Belfast

É certamente algum distúrbio de exilado: de Belfast, no Reino Unido, consumo compulsivamente, madrugadas a dentro na Internet, notícias sobre as recentes manifestações de rua no Brasil, mas ao mesmo tempo confesso que sinto um conforto em poder observar e concatenar as ideias longe do olho do furacão. A narrativa de um deslocado tem os seus limites, mas pode ter também, espero, as suas virtudes.

A imprensa por aqui cobre mal os protestos no Brasil. A América do Sul não é uma região onde o jornalismo britânico acumula correspondentes e expertise. O Channel 4, na minha opinião o melhor jornalismo de TV do país, confundiu por exemplo o Palácio Tiradentes, no Rio, com o Theatro Municipal e disse na semana passada que os protestos eram por causa de aumento de impostos.

Belfast, onde moro, tem os seus próprios conflitos. Os jornais locais estão mais preocupados com o início da temporada dos desfiles de bandas protestantes, motivo de tensão entre católicos e unionistas. Já houve o primeiro incidente. Uma parlamentar católica teve uma contusão sem gravidade durante confusão com a polícia.

No geral, a cobertura da imprensa britânica sobre os protestos brasileiros fica instigante quando as manifestações são abordadas em perspectiva global. Um exemplo é o artigo publicado na última edição do dominical Observer, do mesmo grupo do Guardian. O texto escrito pelo jornalista Peter Beaumont tem duas passagens interessantes:

1- o jornalista chamou manifestações como as ocorridas no Brasil e na Turquia de “discursivas”, pois as pessoas não vão lá para assistir a falas, mas para expressar os seus descontentamentos;

2- ele reproduziu uma história contada pela socióloga top Saskia Sassen, um caso que, o jornalista sugere, ilustra o desafio que os protestos podem representar para uma geração mais velha de teóricos. Diz Sassen, citada por Beaumont: “Eu me lembro de conversar com Eric Hobsbawm, amigo querido. Ele me perguntou: ‘O que está acontecendo (com o Occupy)?’ Eu falei que era um movimento muito interessante. Mas ele respondeu: ‘Se não tem partido, não tem futuro’”.

Em editorial na mesma edição, o Observer alertou que uma crise também pode acontecer no Reino Unido. “Há sementes de uma crise de legitimidade. As pessoas estão conscientes de que enquanto elas lutam para se sustentar, a elite está ficando mais rica (…). A política moderna não é fluente no vocabulário de mudanças no poder e fortalecimento dos cidadãos.”

Reação à política tradicional

A minha impressão sobre protestos como os do Brasil é que, além de demonstrarem a insatisfação difusa, mas visceral, com o estado geral das coisas, eles são uma reação aos limites das instituições e do modo de fazer política tradicionais para abrigar um diálogo realmente representativo e promover mudanças.

As manifestações brasileiras estão simplesmente numa outra sintonia em relação à política convencional. As reivindicações específicas são as mais variadas, mas implícito há um questionamento geral sobre a concepção do modelo político e as suas regras. O pronunciamento em cadeia nacional da presidenta Dilma Rousseff na semana passada ilustra esse descompasso. O repetitivo discurso de dez minutos bate de frente com as linguagens e práticas mais ágeis e arrojadas dos protestos. A “palestra” de Dilma vai de encontro aos atos “discursivos” descritos pelo jornalista do Observer. Sintomático que durante a sua fala a presidenta não usou as palavras “internet” e “redes sociais”, conforme observou o jornalista Fernando Rodrigues, da Folha de S. Paulo, em tuíte.

Os protestos recentes trouxeram as redes sociais para as ruas brasileiras, resumiu o blogueiro Leonardo Sakamoto num post. “Quem não percebeu que boa parte dos cartazes eram comentários de Facebook e Twitter?”, indagou. As manifestações e a sua diversidade de exigências e atitudes lembram a seção de comentários num site de notícias. Um mosaico de opiniões conservadoras e progressistas, sem sentido e perspicazes, irônicas e raivosas.

Discordo de Sakamoto, contudo, quando no post citado ele atribuiu à falta de informação a oposição de alguns jovens a partidos políticos. Concordo com o blogueiro que esses jovens têm motivações e intenções distintas das de grupos conservadores organizados, mas não acho que eles sejam mal informados. Meu palpite é que eles expressam o seu descontentamento com os intermediários de um modelo que não os representa, comandado por grupos que cada vez menos se diferenciam entre si e visto como ineficaz e corrompido. Para eles, ao contrário de Hobsbawm, se tem partido (o partido, no caso, como emblema desse sistema), não tem futuro.

O debate e as transformações necessárias na institucionalidade política vão muito além da polêmica sobre os partidos. A pior coisa que pode acontecer é o momentum dos protestos passar e voltarmos à rotina até que venha a próxima crise. Não poderia existir melhor hora para o Brasil eleger uma Constituinte para a reforma política, mas uma Constituinte com regras e mecanismos que facilitem e incentivem a participação das pessoas (como, por exemplo, uma interface online efetiva para a apresentação e a discussão de propostas) e com o texto final referendado pelo voto popular. Uma reforma que possa dialogar e ser influenciada pela cidadania “discursiva” vista nas ruas.

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